sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Curta Favela - Tavares Bastos



O Projeto Curta Favela já esteve nas favelas da Cidade de Deus, Santa Marta, Turano e durante dois meses fincou base em uma das comunidades mais cinematográficas da cidade: Tavares Bastos. Cenário de novelas e de filme norte-americano, em junho e julho recebeu o projeto Curta Favela, do Ponto de Cultura Viva Favela, do Viva Rio.
Diferente das favelas que receberam o projeto anteriormente, as vinte crianças e jovens moradores de Tavares Bastos tiveram a companhia dos alunos do professor Peter Lucas, da The New School University, de Nova Iorque. Todos os anos, nos meses de junho e julho, Peter traz para o Brasil um grupo de estudantes do mestrado de Relações Internacionais para o curso de extensão Mídia e Direitos Humanos.
Como o tema a ser estudado, este ano, era o da mídia e juventude, Peter trouxe cerca de 15 alunos e desse total, quatro acompanharam as oficinas do Curta Favela, na Tavares Bastos. Ano passado, por exemplo, a parceria resultou no projeto Som da Favela, que é um mapeamento sonoro das comunidades da Rocinha, Cidade de Deus e Maré.


Há dez anos Peter é parceiro do Viva Rio e já desenvolveu vários trabalhos em parceria com o Viva Favela. É de Peter um dos textos do livro de fotografias do Viva Favela, onde aborda a questão da mídia: “O Viva Favela é um projeto de mídia inovador que capacita pessoas para produzir conteúdo informativo e recebe histórias que refletem o dia-a-dia dos moradores das comunidades. Hoje, a conexão entre consciência crítica e transformação social depende do acesso às novas tecnologias de comunicação, da livre troca de idéias e do acesso permanente à informação”.

Este é também o pensamento dos alunos que vieram ao Brasil participar da especialização, como Christine Newkirk, 28 anos. “A gente aprende no curso como a mídia promove os Direitos Humanos. O nosso objetivo é entender melhor este trabalho e ajudar na criação de uma cultura de paz e direitos humanos. Nada melhor do que participar de um projeto de audiovisual para crianças que tenta trabalhar esses dois conceitos”.
A aluna mais nova da oficina tem apenas 10 anos de idade. Camila Melo sempre gostou de câmera e de filmar e não perdeu a oportunidade quando o professor Cacau disse que ia ter a oficina. "Eu gostei de fazer o curso e aprendi muitas coisas que já estou passando para os meus colegas da escola. Alguns queriam participar, mas a maioria não mora na Tavares Bastos", conta a menina que está na 3ª série.
Na Tavares Bastos, segundo Camila, já existem "muitas coisas boas, como aula de balé e artes", da qual ela participa, e essa oficina foi mais uma. "Eu não queria que eles fossem embora. Chegou mais esse curso e melhorou ainda mais as coisas aqui na comunidade", conta empolgada Camila, que disse adorar morar em Tavares Bastos.
"Eu tenho muitos amigos aqui, inclusive todos eles participaram da oficina. Se eu fosse para outro lugar, eu também faria novas amizades, mas nenhuma iria se comparar as que eu tenho aqui".
A diferença na língua não foi problema para ela. "Os professores se esforçaram muito para que a gente entendesse. Como eu tenho aula de inglês na escola também consegui entender algumas coisas", conta Camila.

A língua já não é mais tanto problema para Christine que esteve no Brasil, pela primeira vez em 2006, quando veio recolher material para sua pesquisa da graduação, em Antropologia. “Eu queria estudar a questão da classe e da raça no Brasil, mas duas semanas depois eu desisti da minha tese e da Antropologia e resolvi estudar a mídia e a juventude”.
Na bagagem, Christine vai levar para os Estados Unidos o que aprendeu aqui no Brasil, assim como sua colega de turma, Dulce Matel. “A minha família se mudou da República Dominicana para Nova Iorque, quando eu tinha 14 anos de idade, e senti muita dificuldade. Os imigrantes, de qualquer nacionalidade, sofrem muito para se adaptar, principalmente os mais jovens. Quero levar esse trabalho com câmeras de celular para desenvolver um projeto similar voltado para imigrantes, em especial os jovens e as mulheres”, explica Dulce, que já trabalhou em uma TV comunitária de Nova Iorque e fez um estágio na TV ROC, na Rocinha.
Para ela, o maior aprendizado durante esses dois meses de oficina foi trabalhar com pouco dinheiro e ter a oportunidade de ajudar outras pessoas. “Mesmo com pouco dinheiro e sem equipamentos profissionais é possível fazer um trabalho incrível com as crianças”.

sábado, 25 de abril de 2009

Curta Favela Turano



Nem só as crianças participam do projeto Curta Favela que apresentou neste sábado, dia 25, técnicas básicas para a produção de vídeos, a mais de 15 jovens e adultos do Complexo do Turano.
Recebidos pelo Ponto de Cultura O Som das Comunidades, a equipe do Curta Favela se surpreendeu com o material produzido pelos jovens moradores das seis comunidades do entorno.

O Dia das Mães foi o tema principal das produções audiovisuais e as câmeras e celulares conseguiram realmente captar a mensagem desta data especial e que está próxima.
Duas mães foram as entrevistadas e entrevistadoras, transformando um bate-papo informal em um belo aprendizado para todos. " O material ficou tão bom que será difícil editar", afirma Rianna Assis, responsável pela edição dos vídeos.

Outra participação que marcou a oficina foi a dos jovens músicos. Integrantes do Grupo Mahu e alunos do Ponto de Cultura O Som das Favelas, eles fizeram uma música em homenagem às mães finalizando o curta-metragem com chave de ouro. Olhos emocionados não faltaram ao Curta Favela Turano.

terça-feira, 17 de março de 2009

Curta Favela Santa Marta

No último domingo, dia 15, a comunidade do Morro Santa Marta parou para ver a produção dos alunos (jovens e adultos) do "Curta Favela Santa Marta". Eles saíram pelas ruas, becos e escadarias da comunidade com "um celular na mão e uma idéia na cabeça".
Após passarem por uma capacitação, os meninos e meninas filmaram o cotidiano do Santa Marta, entrevistaram moradores e brincaram de fazer cinema. Mas o grande momento da oficina foi a produção do curta "Vida de Cão".

O ator principal, diretor e produtor foi uma figura que, apesar da cara de mau, é bastante querido pela comunidade: Boris - um cão da raça rottweiler. Vivendo desde "criancinha" no morro ele tem muita história pra contar e para isso, saiu pela favela com dois telefones celulares no corpo captando imagens do dia-a-dia da comunidade. Bóris andou por onde quis e parou quando bem entendeu.

"Certa vez Boris saiu de casa pra dar um rolé e foi preso pela saúde pública sob alegação de ser um cão de raça violenta e que poderia oferecer perigo às pessoas e principalmente as crianças do morro, mas a comunidade se juntou e fizeram uma manifestação, ele foi devolvido", relembra Pingüim (Valdecir Santos), dono de Boris.

O resultado disso será transformado no curta metragem de três minutos “Vida de Cão” que mostra a favela segundo a visão do cachorro. As imagens serão exibidas com o áudio de moradores relatando quais as dificuldades enfrentadas por morar em uma favela. Toda produção teve a colaboração e apoio total do rapper “Fiel” que agita a comunidade com vários eventos culturais.




Walter Mesquita wmesquita@vivario.org.br 8514-9709

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Curta Favela Cidade de Deus


O Ponto de Cultura Papo Cabeça, do Viva Rio, em parceria com o Grupo Coaxo do Brejo, Produtora Ponto de Equilíbrio e Lente dos Sonhos estreou o projeto “Curta Favela”, no dia 24 de janeiro de 2009, na comunidade Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio. O obejtivo é fazer experimentos audiovisuais utilizando telefones celulares e câmeras fotográficas manuseadas pelos jovens e adolescentes, moradores das favelas do Rio de Janeiro.

O projeto piloto contou com a participação de 11 jovens da comunidade que puderam aprender um pouco mais sobre as seguintes técnicas: construção de roteiro para filmes e documentários; filmagem em celular, edição em software livre e produção de making off.
"É muito bom poder proporcionar aos jovens a possibilidade de construírem seus vídeos sem qualquer interferência, mostrando a visão única e exclusiva deles", afirma Walter Mesquita, integrante do projeto.


Os participantes da oficinas na Cidade de Deus criaram um curta de 5min que fala sobre o sonho de algumas jovens de entrar no mundo da moda.